terça-feira, 1 de novembro de 2011

Esquema de ancoragem do Chaposo


Aqui em Fortaleza, o vento é predominante de Leste/Nordeste quase que na totalidade do tempo. Quando é de madrugada, sopra um terral, do sul e, ao longo do dia, vai rondando pra terminar a tarde "largo", vindo do quadrante nordeste. Raramente, no "inverno" (quando chove), em janeiro/fevereiro, sopra um vento norte, que entra na enseada do Mucuripe por um quadrante desprotegido e é um terror pros barcos ancorados ali.

A praxe, para os barcos maiores, é ancorar com um ferro de proa e outro de popa, para evitar que rondem com o terral e o vento largo da tarde, já que o espaço é meio apertado. Eu adotei esse esquema de início mas sempre me incomodou o fato do barco ficar preso pelo ferro de popa e resolvi mudar para o esquema abaixo.

Agora, o barco cumpre o ritual de acompanhar a rondada parcial do vento costumeiro e, se entrar o vento norte, também estará seguro, pelo atual ferro de popa, que estará na proa. Além disso, o sistema ficou completamente redundante. O cabo principal se liga ao ferro de proa e o cabresto (sempre necessário para cats) se liga ao ferro de popa. Assim, se um cabo ou corrente se partirem, o outro segura.

Os ferros, diferentemente das poitas que se usa no Rio de Janeiro, são tipo uma âncora muito pesada. Isso tem a vantagem de permitir manutenção e inspeção simplesmente içando o ferro o que não é possível (ou prático) com as poitas de cimento.

Poita cearense

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