segunda-feira, 13 de junho de 2011

Pagando as promessas ... e os pecados.

Tenho várias promessas de passeio no Chaposo pra pagar. Com o pessoal da loja onde compro peças de inox, na oficina de torno e solda onde fazem as adaptações e reparos que preciso, onde consertam os motores de popa, com meus colegas de natação... Enfim !!! Sempre que falo do barco, há interesse em conhecer e eu, como retribuição pela gentileza com que sou tratado, vou prometendo atender.

Ontem, saí com o pessoal que conserta o Vitara. Foram o gerente da loja, um amigo dele e as respectivas noivas. Fui para o barco antes dos convidados chegarem pra instalar o Tohatsu (3.5 hp) que uso nos passeios pequenos, aqui na enseada do Mucuripe, e os dois motores elétricos (Minn Kota 45 libras) que coloquei pra usar nas manobras de ir e voltar da poita até a praia. Já havia dado umas voltas com os elétricos e, no vento brando, tinham servido bem, pra chegar e sair da poita.

Quando fui abastecer o Tohatsu, uma má surpresa... A torneirinha que se abre pro combustível passar do tanque para o carburador saiu na minha mão e todo o (pouco) combustível que eu tinha colocado vazou para o mar. Ainda pensei em ir até a praia pra pegar o Yamaha de 15 hp mas é sempre trabalhoso colocá-lo e, como o pessoal já havia chegado e vinha para o barco, resolvi arriscar só com os elétricos.

A saída foi perfeita, o vento ainda estava manso e os elétricos facilmente nos conduziram pra fora da área dos barcos onde subimos as velas e começamos o passeio. Fomos numa empopada de dar gosto, paralela à praia, e, rapidamente, chegamos em frente ao Marina Park onde sempre começo a voltar.

Quando começamos a orçar de volta ao porto é que notei como o vento estava forte. O mastro curvava muito e os estais de sotavento ficavam completamente bambos. Voltei todo tempo meio tenso, sempre "defendendo" e ganhando altura nas rajadas que, diferentemente do usual, sempre entravam rodando.

Após alguns bordos, chegamos na área mais calma, protegida pela estrutura do porto e ali enrolei a genoa e baixamos o grande. Acionei os motores elétricos e.... cadê ???? Os motorzinhos não conseguiam empurrar o barco pra frente porque a força do vento era tanta que o movimento de deriva lateral prevalecia.

Comecei a ficar preocupado com a chegada na poita e avaliei as várias alternativas: ganhar mais altura e insistir com os elétricos, subir as duas velas e tentar chegar na praia (naquela hora cheia de banhistas), ancorar o barco o mais perto possível da poita e pedir reboque a alguém...

Decidi insistir mais um pouco e desenrolei só a genoa, já que subir o grande era meio complicado com a tripulação do momento. Até tentei ligar o Tohatsu, mesmo com um pequeno vazamento de gasolina, mas, após algumas tentativas, compreendi que a torneira de combustível havia se quebrado na posição fechada.

Após alguns bordos, tínhamos avançado bastante e comecei a entrar no meio dos barcos, com os motores elétricos e a genoa tocando o barco... Pra que ???? Consegui driblar uns três barcos de pesca mas, no último, antes da escuna que é minha vizinha, fomos pra cima. Eu já havia avisado a tripulação da possibilidade de uma batida nos barcos e meus colegas de velejada trabalharam direitinho protegendo o barco e praticamente não houve choque.

No outro barco estavam o Itamar e o Tonico, meus amigos, que logo assumiram a operação de resgate. Amarramos o Chaposo no cabo da ancora do outro barco e o Itamar se jogou na água pra levar um cabo até minha poita, pra podermos puxar o barco. O problema é que o Tonico, nervoso como sempre, pedia ao meu convidado que lançasse a ponta da poita pra ele e era como se falasse grego. Só quando desliguei os motores e enrolei a vela foi que acudi e passei todo o rolo de cabos (a tal poita) pra o Tonico que, coitado, ficou minutos procurando a ponta (preciso enrolar o cabo de uma forma melhor).

Puxamos o barco pro lugar dele, os convidados desembarcaram de um passeio "com emoção" e eu aprendi mais uma lição.

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