sexta-feira, 16 de julho de 2010

Travessia Morro Branco/Fortim

Hoje, saímos para passar o fim de semana na casa de amigos, na localidade de Fortim, foz do rio Juaguaribe. É um dos locais mais bonitos do Ceará, excelente para velejar. O rio é largo e o vento sopra forte.

Partimos, (eu, o Raimundinho e o Fanha, pescadores do Morro Branco) por volta das 7 da manhã, com tempo fechado, coisa rara nessa época do ano. No meio da viagem, a coisa ficou literalmente preta e tivemos que enrolar a genoa várias vezes, pra evitar qualquer problema. O vento rondava constantemente e, nas rajadas, ia acima dos 30 nós.

Quando a tempestade passou, já estávamos perto da barra do Fortim e a preocupação mudou para "como entrar". Há muitos baixios, algumas pedras e destroços de um naufrágio perigoso. Como a entrada da barra muda muito, não adianta muito consultar cartas náuticas. Pedimos informações ao pessoal de uma jangada que se dirigia a alto mar e foi bacana ver a facilidade com que eles pararam o barco e deram ré, para se aproximarem de nós.

Com a informação de que seria possível passar no sentido Norte/Sul, com o nosso calado, soltamos os lemes pra evitar qualquer problema maior e lá fomos nós, com motor, vela e muita emoção, raspando a areia até chegar no canal principal.

Encostamos junto ao pier da Marina do Henrique, após orientação telefônica do Andre, mecânico da oficina, e amarramos o Chaposo em duas carnaúbas, pra prevenir qualquer efeito perigoso das correntes da maré.

No dia seguinte, vários pescadores vieram falar conosco, admirados por termos passado pela zona de baixios e pela balsa naufragada, que nós não sabíamos que existia ali.

Definitivamente, entrar em barras de rios é um negócio estressante.

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