segunda-feira, 31 de maio de 2010

Saída furada

No sábado, dei uma saída com o Chaposo que foi a maior furada.

Estou cumprindo uma lista de inscrição de interessados em passeios, formada desde que anunciei à família que havia comprado um barco. Dessa vez, os convidados seriam uma sobrinha e o marido, acompanhados por minha filha, meu genro e a netinha.

O passeio estava marcado pras 15:30 e os convidados só foram chegar às 17:30. Eu já havia deixado o barco livre de todos os cabos, exceto o de proa, ligado o motor pra aquecer, enfim... tudo pronto já fazia mais de uma hora e eu no sol quente.

O pessoal chegou, pedi ao meu genro pra soltar o cabo de proa e manobrei com o motor, pra sairmos do meio dos outros barcos e chegarmos a um ponto livre pra subir as velas. De repente, o motor morre e eu, sem perder tempo pra poder evitar uma colisão ou ir pras pedras da foz do Riacho Maceió, que fica muito perto, desenrolei a genoa, pra ter alguma propulsão. Em seguida travei os lemes (sempre saio com eles livres pra evitar que se predam a algum cabo) e só então percebi que o hélice do motor estava enrolado no cabo que une minhas duas poitas (de popa e proa). Corremos (eu e o meu genro) pra tentar desembaraçar, meu genro quase perde os óculos (de grau) na água e para nos safar levamos uns bons minutos. Pra complicar, o marido de minha sobrinha escolheu bem essa hora pra me perguntar sobre o processo construtivo do catamaran, sobre as dificuldades de aprender a velejar, como obter certificações na marinha e outras questões bem oportunas. Minha netinha, solícita e atenta, me trouxe (pendurado pela antena) o VHF portátil que eu havia deixado ligado pra fazer charme pra tripulação. Como havia pessoas falando, a Flavinha achou que era comigo e me deu o rádio, dizendo: "vovô... teu telefone tá chamando".

Passado o sufoco inicial, fomos até a entrada do porto quando minha filha impôs uma mudança de rumo, alegando que as ondas (15 cm) já estavam ficando muito altas. Manobrei num través na direção do clube Náutico e quando aproei de novo na direção do Moinho, pegando o contravento, a escota da genoa se soltou e ficou abanando na cara das convidadas.

Depois de mais uma bronca da filha, por causa da "corda solta", afilei ao vento pra baixar as velas, coloquei o motor pra funcionar e tive que ficar aguentando reclamação até a poita, porque o 3,5 hp não conseguia tocar o barco da mesma forma que o Johnson 90 toca a lancha da mãe, em Brasília.

Deixamos o barco na poita e fomos de carro até o Iate Clube, curtir o "Jazz ao por do sol" que sempre acontece lá aos sábados. Chegando lá, tava tudo no escuro porque a energia tinha caído, mas tomamos umas cervas assim mesmo. Na saída, o meu e todos os carros estacionados na rua haviam sido multados.

Dia pra não repetir.

Um comentário:

  1. Quem não é do meio não entende o charme da vela e lancheiro muito menos.Sds Gian A. Serafini

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