domingo, 30 de maio de 2010

Colete indesejadamente inflado

Depois de vários meses longe do Xaposo (monotipo 445), resolvi remontá-lo pra dar uma velejada e aproveitei pra estrear o meu colete novo, um Helly Hanson (http://www.hellyhansen.com/product/Floatation/Inflatablelifejacketwharness/33809/view/1310) comprado numa pechincha, no Mercado Livre.  
Depois de muita faina para achar e recolocar todas as manilhas, moitões, etc., subimos as velas e colocamos o barco na água. Toda a montagem foi feita no meio de uma animada pelada na praia, o que nos valeu alguns xingamentos e muitas boladas.
Com o barco na água, comecei a localizar os adereços do novo colete (apito, bocal pra enchimento não automático, etc.). Ao testar a cordinha de enchimento automático, a danada não entendeu que era teste e PCHIIIIIIIIIIII.... Inflou, ao máximo, o meu lindo colete vermelho, expondo completamente seu interior amarelo. O barulho foi tão alto e a cena tão surpreendente que, por alguns minutos, os peladeiros suspenderam e jogo e ficaram admirando tamanha tecnologia. Acharam que tudo era planejado.  
Meu companheiro de velejada, um instrutor da escola de vela que queria conhecer o barco, não entendeu nada. Eu, pra escapar o mais rapidamente dali, gentilmente lhe cedi o leme e pulei pra posição de proeiro. A pelada recomeçou e lá fomos nós. Ele, rindo sem conseguir parar, e eu, todo atrapalhado, pra manejar os cabos da buja. Além do “obstáculo natural” representado pela minha barriga, não conseguia olhar pra baixo, pois o colete todo inflado cumpria bravamente sua função de deixar minha cabeça em posição de respirar, olhando pra cima.  
Paramos o barco algumas vezes pra tentar ver como é que o bicho desinchava mas nossas tentativas, tirando o cilindro de enchimento, ou desatarrachando a base do gatilho, não deram em nada. Também não dava pra simplesmente tirar o colete, pois o mesmo estava literalmente entalado e eu parecia um jaboti ou, melhor, um baiacú.  
Conformados com a triste situação do proeiro, seguimos em frente, procurando dar o mínimo possível de bordos pois, com a minha dificuldade de passar por baixo da retranca e achar a escota da buja, sem poder olhar pra baixo, cada cambada era uma aventura. 
Voltando à  praia, por sorte a pelada já havia terminado. Cuidei de procurar socorro o mais rapidamente possível pra tirar o colete, pois já estava ficando agoniado. Foi formada uma comissão pra tentar decifrar a série de figuras de um plástico que há na base do cilindro mas o veredito foi de que, por ali, não ia dar. A noite foi escurecendo e eu já estava preocupado com a possibilidade de ter que furar meu lindo colete (ou dormir com ele) quando alguém teve a idéia mágica de tentar “desenche-lo” usando o tubo de encher. Funcionou. 
Em tempo... um cilindro novo custa R$ 71,00.

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