Quando eu trouxe o Chaposo pra Fortaleza, o primeiro local de ancoragem que escolhi ficava bem próximo à praia, em frente ao meu prédio. Foi um desastre !!! A meninada teimava em subir no barco pra mergulhar, as bateras de embarque nas escunas ficavam soltas nas âncoras e iam pra cima do Chaposo e, pior, pra chegar e sair eu tinha que fazer malabarismos pra não atropelar nadadores e pranchistas de wind e driblar as escunas e suas bateras, tudo isso com um motor falhando e morrendo (um Mercury que veio junto) e eu sem conhecer ainda as reações do barco. Aprendi muito mas a lição mais importante foi "NÃO SER ORTODOXO".
Na maioria das situações com um barco, a gente fica tentado a resolver tudo do leme, comportamento que é fruto, talvez, de anos de condicionamento dirigindo carros. Quando me libertei dessa situação, aprendi que, muitas vezes, temos que ser meio heterodoxos:
- empurrar os outros barcos com a mão pra evitar batida
- mergulhar com um cabo na cintura pra alcançar a poita a nado
- descer do barco pra domina-lo pisando na areia
- pular na água pra, nadando, virar a proa do barco pra uma posição favorável de vento
- jogar um cabo pra alguém num barco próximo segurar enquanto a gente se ajeita
- descer e empurrar o barco a pé pra colocar numa posição melhor
- etc.
Durante algum tempo, carreguei duas varas de bambu de 7 metros cada, pra usar numa emergência, se fosse necessário. Nunca foi necessário e meu marinheiro, revoltado, deu fim às minhas varas (ainda bem).
Outra coisa que cogitei foi instalar um suporte na popa pra usar um remo de voga (zinga). Esse, aliás, é um recurso certamente melhor pra chegar na poita do a técnica de lançar e recolher a âncora, que alguns usam. O problema é que tem que aprender a zingar. Europeus usam esse sistema em seus veleiros.
Agora, as coisas estão mais fáceis porque liderei um movimento de rearrumação dos barcos apoitados por aqui e criamos um canal de acesso à praia. Movi a poita do Chaposo para mais longe da praia e para a borda do canal e tudo ficou mais fácil.
Quanto a motor, se saio com gente experiente e safa, vou sem motor... se vão alunos ou convidados, levo o Tohatsu 3.5 (12 kg) e normalmente nem coloco no lugar (é só para uma eventualidade)... se vou executar algum serviço pago o marinheiro coloca o Yamaha 15 (36 kg) no lugar. Pra frente, pretendo montar um Mercury 8 que meu mecânico me deu e vou deixar sempre no lugar.
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