segunda-feira, 4 de abril de 2011

Chaposo na Globo


Foi ao ar (quinta-feira, 07 de abril) o programa Globo Mar, apresentado pelo repórter Ernesto Paglia e filmado na praia do Morro Branco, Ceará.

O programa trata da rotina de um típico jangadeiro cearense, na sua faina de lançar a jangada ao mar, pescar, preparar a comida, dormir e retornar à terra.

Eu fiquei responsável por todo o suporte à produção do programa no mar e o Chaposo foi “o barco da diretoria” durante as filmagens. Foi uma trabalheira danada, resumida assim:

  • Sexta-feira: por indicação de um amigo da Internet, mando um mail para alguém na Globo, que estava a procura de barco no Ceará
  • Sábado: a moça da Globo, responsável pela produção do programa, entra em contato e explica que gostaria de filmar na semana seguinte, na praia do Fortim. Sugiro que as filmagens sejam feitas no Morro Branco, praia mais típica do Ceará e onde teríamos melhor apoio. Arranjo dois catamarans (Chaposo e Aline) de 7 metros
  • Domingo: sou informado que a equipe cresceu e seria necessário que ao menos um dos barcos fosse maior. Arranjo o Trimaran “Golfinho”.
  • Segunda-feira: busco a produtora no aeroporto de Fortaleza, debaixo de uma chuva torrencial. Passamos pela praia do Mucuripe para ela ver os barcos (a distância) e seguimos para o Morro Branco. Visitamos o capataz da colônia de pesca, que se prontifica a ser o personagem da filmagem. Retornamos a Fortaleza
  • Terça-feira: Chega a Fortaleza o resto da equipe, com os equipamentos e o repórter, para embarque na manhã do dia seguinte. Sugiro que todos sigam por terra, pra evitar a viagem no contra-vento. Faço o abastecimento dos barcos.
  • Quarta-feira: Embarcamos os equipamentos no Trimaran e seguimos por terra para Morro Branco. Os barcos seguiriam no começo da tarde para o início das filmagens no dia seguinte. O Trimaran apresenta problemas no motor, arranjo um barco substituto e a tripulação faz a mudança dos equipamentos da Globo. O Chaposo chega ao Morro Branco no início da noite mas o Selma I, substituto do Trimaran, apresenta superaquecimento no reversor e precisa parar no Iguape, pra trocar uma mangueira. Chega ao Morro Branco na madrugada do dia seguinte:
  • Quinta-feira: café da manhã ainda escuro, na pousada. Todos na praia para o embarque, que vai ser quase impossível num bote inflável. Decidimos usar a jangada para os equipamentos mais pesados e eu vou buscar uma batera (jangada sem mastro) com o Vitarinha, pela areia, até a praia da Sucatinga. Reboco a batera numa carreta de madeira usando o remo como cambão. A cena é ótima e a assistência, a essa altura numerosa, delira.
    Partimos, sendo filmados a partir de um ultra-leve de passeios que apareceu na hora. Fomos seguindo a jangada. Faríamos as refeições no Selma I, onde estavam os víveres, mas o dia avança e temos que improvisar com miojo e feijoada em lata. Reclamações !!! Pedimos que o Selma I lance um balde com alimentos ao mar, recolhemos e fazemos uma macarronada com lingüiça, pra acalmar os famintos. Paramos algumas vezes pra pescar mas os peixes não colaboram. O jangadeiro nos leva mais longe. O motor de popa dá pane e, cansados, deixamos pra tratar no dia seguinte. O Selma I nos reboca.
  • Sexta-feira: madrugada e ainda procurando um ponto pra pescaria, 20 milhas mar a dentro. Suspendo a marcha e todos se acomodam pra dormir. Filmagens do jangadeiro se preparando pra dormir. Eu e o outro tripulante do Chaposo dormimos no convés. Chove e tenho que ficar sentadinho num canto pra esperar passar. Pela manhã, sai um café caprichado. Novas filmagens da jangada preparando o retorno. Após a partida da jangada para o Morro Branco rumamos pra Fortaleza, onde chegamos no fim da tarde. Cansaço.
Assista ao programa clicando em: Globo Mar

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