terça-feira, 6 de julho de 2010

Férias na praia do Morro Branco

Em Julho, como sempre, passamos as férias na praia do Morro Branco. Dessa vez, o Chaposo veio junto.

Saímos de Fortaleza, eu, Alex e Gordo (pescadores profissionais), por volta das 6 horas, com a missão de levar óleo diesel para um barco de pesca que estava em pane na região de pesca chamada “a risca”, a dez milhas do Mucuripe, num rumo perpendicular ao que deveríamos seguir para o Morro Branco. Isso atrasou a viagem em umas duas horas mas... tudo por uma boa relação com os vizinhos. Entregamos o Gordo e o óleo diesel aos tripulantes da lancha, recebemos um peixe em agradecimento e rumamos para o Morro Branco.

Na hora do almoço, um problema... Passei ao Alex o fogãozinho Coleman a gasolina (http://www.coleman.com/coleman/colemancom/detail.asp?product_id=550B725) importado via Correios que eu comprei pra substituir o fogareiro a gás que veio com o barco, pois nunca gostei de gás em barcos. O gás é mais pesado que o ar e, vazando, fica no fundo do barco, o que é um perigo.  O Alex olhou meio desconfiado pro bichinho mas, calado, fez o abastecimento de gasolina. Não encontramos fósforo pra acender o fogo e tivemos que acender com uma centelha gerada por dois fios vindos da bateria, após desligarmos todos os eletrônicos. Quando o fogo pegou, veio na  forma de uma chama amarela que empretejou toda a panela verde onde estava a feijoada em lata escolhida pro rango. Logo em seguida a chama passou pra azul e, depois, apagou definitivamente. Acho que o Coleman não se deu com nossa gasolina. O resultado foi que tivemos que enfiar goela abaixo a feijoada fria, com aqueles atraentes pedaços de toucinho branco.

Quando anoiteceu, ficou um pretume danado, porque não havia lua. Embora víssemos as luzes da costa, no mar não se via nada. O vento estava forte e o espetáculo do catamaran espadanando água pra tudo que é lado, era impressionante. De repente, no meio do barulho do vento e da água, eu imagino ouvir um grito. Comfirmo com o Alex mas ele não tinha ouvido nada... Por via das dúvidas, pegamos o holofote de mão (http://www.elightspot.com/qbeambluemaxspot.aspx) e começamos a vasculhar a área. Nesse momento, um segundo grito, agora partindo quase da popa e perfeitamente audível. Iluminamos na direção do som e lá estava uma jangada, sem qualquer iluminação, com o mastro arriado, e com toda a sua tripulação olhando aflitamente olhando pro Chaposo passar no galope. Veio um frio na barriga porque, uma batida naquela velocidade certamente deixaria gente machucada e barcos avariados... Um perigo !!!

Chegamos no Morro Branco por volta das 8 hs. Ainda bem que o local é conhecido e eu já havia estabelecido, anteriormente, a nado, uma posição de fundeio, marcada pelos alinhamentos de duas antenas de telefonia celular e de um par de geradores eólicos situados na praia da Barra Nova. O alinhamento das antenas nos orientou e, embora não conseguíssemos ver os geradores, largamos o ferro que trouxemos de Fortaleza numa posição segura.

Terminada a faina de fundeio, bateu uma preguiça danada de encher o inflável pra chegar na praia e decidimos ir nadando mesmo. Eu me equipei com as luvas de natação e uma bóia tipo “macarrão” que uso pra nadar em Fortaleza. O Alex, ao me ver preparado pra bater record de natação, pediu emprestado um par de pés de pato de mergulho, temendo ficar pra trás. Colocamos as roupas na sacola estanque, pulamos na água e depois de uns bons 20 minutos e alguns caldos na rebentação, chegamos na areia, onde o pessoal da barraca do Louro nos saudou. O saldo da chegada foi uma nadadeira perdida e toda a roupa molhada já que a sacola estanque, mal fechada, falhou.

Foi muito bom chegar de maneira diferente a um lugar que freqüentei durante quase 30 anos. Durante todos esses anos, sempre observei o movimento das jangadas indo e vindo e, dessa vez, eu poderia fazer o mesmo caminho delas, com o meu próprio barco. 

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